Ilhas Canárias com aumento de 500% de entradas ilegais na UE, Itália com quebra

por Cristina Santos com Lusa
Voluntário da Cruz Vermelha com dois migrantes que desembarcaram na ilha espanhola Grã-Canária. Reuters

São dados da Frontex, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, que comparam os primeiros três meses deste ano com o mesmo período de 2023. Apesar de uma regressão no número de entradas ilegais no espaço europeu, houve casos de aumentos substanciais.

De uma forma geral, entraram menos pessoas ilegalmente na União Europeia, entre janeiro e março deste ano. Comparando com o período homólogo de 2023, a Frontex (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira) regista menos 12 por cento de travessias irregulares. Os dados da Frontex mostram que esta quebra se justifica com a diminuição das chegadas que cruzam o Mediterrâneo Central (para Itália).

Aliás, foi nesta rota marítima que a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira registou um recuo homólogo de quase 60 por cento. Nos primeiros três meses do ano, a Frontex registou 11.400 entradas ilegais, tendo sido mais de metade (6.700 deteções) só em março.

Também o trajeto marítimo dos Balcãs Ocidentais registou menos travessias irregulares, mas na ordem dos 64 por cento entre janeiro e março.

A Frontex registou, ainda assim, algumas subidas. Por exemplo, nas travessias da África Ocidental o aumento de entradas irregulares ultrapassou os 500 por cento (13.575 deteções nas Canárias, Espanha). Ou seja, foi aqui que foi registado o maior número de entradas ilegais detetadas desde que há registos na Frontex (2011).

No Mediterrâneo Ocidental, por outro lado, as entradas irregulares de migrantes aumentaram 45%, face ao primeiro trimestre de 2023, para as 3.057. No Mediterrâneo Oriental a subida de entradas irregulares detetadas ultrapassou os 100 por cento, para as 13.716).

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